A visita do FC Porto ao Bessa, terreno do Boavista, passou para segundo plano e Sérgio Conceição falou mais sobre a expulsão no jogo com o Mafra, a contar para a 4ª eliminatória da Taça de Portugal, naquela que foi a sua primeira reação ao sucedido.
O técnico azul e branco mostrou-se pouco preocupado com o castigo que lhe possa ser aplicado.
“A minha ansiedade tem a ver com outros problemas na vida, sinceramente, o que tem de vir da decisão vai chegar. Se posso ter ansiedade será por problemas bem maiores na vida em relação à forma como vejo o mundo”, afirmou.
Conceição apontou para a falta de qualidade da arbitragem portuguesa, lembrando que o Mundial não contará com árbitros lusos. O técnico dos dragões entende que a fraca qualidade dos nossos árbitros deve-se à proteção que lhes é dada, ao contrário do que acontece com jogadores e treinadores.
“Acho que temos de olhar para o futebol em geral e para o que são os treinadores e as equipas técnicas em Portugal, o que as equipas tem feito na Champions, há muita qualidade. Há muitos jogadores presentes nas diferentes seleções, não vai estar nenhum árbitro português no Mundial. Penso que há muito a melhorar em todos os aspetos e na arbitragem também. Quando se é, de certa forma protegido, não vamos melhorar. A arbitragem é protegida porque não temos acesso ao áudio entre o VAR e o árbitro. Se eu digo alguma coisa, é dito de forma que me castiga. Como treinador, tal como os dirigentes, somos analisados pelos resultados, e ao fim de um campeonato perdido, e com más decisões de um árbitro, sou metido fora e um árbitro até pode ficar uma semana fora, mas é protegido”, referiu
Conceição também enumerou as situações em que considera ter sido injustamente expulso.
“O futebol português tem de melhorar em tudo, nomeadamente nos bancos, e até eu como treinador. Não vou mudar, posso ser expulso como já fui por festejar de forma efusiva um golo. Já me expulsaram por causa de um olhar fulminante mas vou continuar. Não preciso do futebol, preciso porque sou apaixonado e se vou continuar a ser expulso vão fazer aberturas de programas, mas vou continuar a ser assim. Quando deixar o futebol já será diferente”, disse.
O treinador do FC Porto garante que nunca vai mudar a sua essência.
“Faço as coisas de forma instintiva. Estou a lembrar-me de um jogador do Mafra, que foi apanhado em fora de jogo e que pontapeou a bola para fora do campo, nem uma repreensão levou, nada. Na altura nem pensei, só pensei em mostrar desagrado, vi que foi uma falta feia, mais uma, sobre o Grujic e árbitro nada assinalou”, disse.
“Temos excelentes árbitros, agora há muito a melhorar. Não me estou a vitimizar, sei que não sou treinador fácil para árbitros e adversários, já não era como jogador para os treinador que tive, daí toda a campanha. Posso corrigir alguns excessos, mas mudar não mudo”, acrescentou.
