Por: José Carlos Soares
É incontornável que Cristiano Ronaldo, ‘aka’ CR7, é um dos melhores futebolistas de todos os tempos, daqueles ‘seres superiores’, que se contam pelos dedos de uma mão. Um artista tocado pelos Deuses, sejam eles quais forem, e que figurará, enquanto houver um adepto de futebol neste Planeta, na galeria dos intocáveis. Aquele grupo, restrito, onde apenas têm lugar os que são realmente imortais como Pelé, Maradona ou Messi.
“A genética carrega o revólver, o estilo de vida puxa o gatilho“
Cristiano Ronaldo (Instagram)
Já se sabe que Cristiano Ronaldo tem um ego imenso, quase tão grande como o seu talento. Talvez, digo eu, os imortais apenas consigam alcançar esse patamar se tiverem um ego equivalente mas, provavelmente, só Sigmund Freud teria resposta para este dilema ou então, quem sabe se a ficção que permitiu a Spike Jonze colocar o desempregado nova-iorquino Craig Schwartz na cabeça do ator John Malkovich, possa fazer o mesmo em relação a Cristiano Ronaldo.
Com o passar dos anos, Cristiano Ronaldo tem conseguido enganar a ‘Mãe Natureza’, que é como quem diz, tem conseguido fazer esquecer a idade que, nos comuns mortais, começa a limitar algumas das capacidades físicas: começou a sair das alas e a movimentar-se mais perto da baliza adversária o que lhe tem permitido acumular, quase obscenamente, golos e mais golos. Hoje em dia o Cristiano de 37 anos não é o mesmo Cristiano dos 20/30 anos. É natural que assim seja, pois até os Deuses imortais, com os séculos, ficam menos ágeis mas mais sábios. Só que todos os génios têm a sua ‘pancada’ e CR7 não foge à regra.
Agatha Christie não escrevia os seus livros numa secretária mas sim na mesa da cozinha. Friederich Nietzsche, escreveu todos os seus textos em pé e aqueles que escreveu sentado foram autocensurados e apagados. Albert Einstein não usava meias porque as considerava uma peça de roupa desnecessária e Nikola Tesla curvava os dedos do pé 100 vezes antes de deitar, porque acreditava que isso estimulava as células cerebrais. Ora, para não fugir à regra, o ‘nosso’ génio, Cristiano Ronaldo, também tem a sua ‘panca’: a Liga dos Campeões. O seu ‘ego’ parece não permitir que ele jogue outra qualquer competição europeia, que não a mais importante, e que já ganhou em cinco ocasiões. E é esta ‘fixação’ que nos últimos anos tem levado Cristiano Ronaldo a protagonizar verdadeiras ‘novelas’ no início de cada temporada.
Saiu do Real Madrid, quando o barco ‘merengue’ começou a andar à deriva, e escolheu Turim onde não cumpriu contrato porque a ‘Vechia Signora’ não lhe dava garantias de chegar à 6ª Champions. A coisa correu mal em Manchester, provando que para os génios a água até pode passar duas vezes debaixo da mesma ponte, porque não ganhou em Inglaterra, não ganhou na Europa e apenas conseguiu o apuramento para a Liga Europa.
Agora temos assistido a nova novela, da vida real, com CR7 a não se ter apresentado no início dos trabalhos, como os simples mortais com quem partilha o balneário tiveram que fazer, e a surgiram ‘notícias’ cruzadas dando conta que Deus Cristiano Ronaldo poderia ir para aqui e para ali, desde que o ‘aqui’ e o ‘ali’ não fossem o United.
Contudo, as portas têm-se fechado, uma atrás das outras:
«Pessoalmente, penso que Cristiano Ronaldo é um dos melhores futebolistas que o Mundo já viu. Mas chegámos à conclusão, sem prejuízo de toda a estima e consideração que por ele temos, que na situação atual não corresponde à nossa filosofia».
Oliver Kahn – Presidente do Bayern de Munique
«Não sei quem inventou essa história, mas não corresponde à verdade. É praticamente impossível o Cristiano Ronaldo jogar no Atlético».
Enrique Cerezo – Presidente do Atlético de Madrid
«Sendo a possibilidade da contratação de Cristiano Ronaldo algo mais que um simples rumor sem fundamento, manifestamos a nossa oposição à eventual chegada do jogador. O referido jogador representa a antítese dos valores do Atlético de Madrid, que são o esforço, generosidade, simplicidade e humildade».
União Internacional de adeptos do Atlético de Madrid
Na minha modesta opinião, Cristiano Ronaldo deveria esquecer a Champions, concentrar-se no United, com quem tem contrato e dessa forma honrar, fora de campo, a imagem de génio intocável e de profissional sem igual que tem dentro das 4 linhas. Estar em forma para atacar o Mundial do Catar e tentar o sonho de dar a Portugal, e a ele próprio, o título que falta e depois, se ainda sentir prazer pelo jogo, fazer a vontade ao seu amigo David Beckham e fazer uma temporada no Inter Miami da MLS. Sim, porque quando acabar a sua carreira no futebol, a América ficará a seus pés.
Pela minha parte sou um amante de futebol feliz: vi jogar ao vivo os 3 Deuses maiores do futebol mundial: Maradona, CR7 e Messi…e por esta ordem.
